Pesquisa sugere que resistência de microrganismos a antibióticos pode ser inata | ||||||
A culpa de muitas cepas
nocivas de bactérias se tornarem resistentes a classes inteiras de
antibióticos costuma recair sobre o uso abusivo de fármacos e sobre
pecuaristas zelosos com o trato de seus . Todavia, a capacidade de se defender de antibióticos pode ter origens profundas na história
evolutiva das bactérias. Um novo estudo descobriu, em uma caverna de 4
milhões de anos, dezenas de espécies resistentes a antibióticos naturais
e sintéticos.
Uma equipe de pesquisadores
adentrou 400 m na distante e pouco visitada caverna Lechuguilla, no
Novo México, para coletar amostras de bactérias. Como poucas pessoas
chegaram às regiões mais profundas desde sua descoberta, em 1986, e a
água da superfície leva milhares de anos para se infiltrar através da
rocha densa da formação Yates até a caverna, a área é primordial para se
estudar a resistência natural a antibióticos, observaram os
pesquisadores ao publicar os resultados on-line em 11 de abril na PLoS ONE.
“Nosso estudo mostra que a resistência
a antibióticos é inata nas bactérias”, relatou em declaração oficial o
diretor do Michael G. DeGroote Institute for Infections Disease Research
da McMaster University e coautor do novo estudo, Gerry Wright. “Pode
ter milhões de anos de idade."
Membros da equipe também
mostraram recentemente evidência genética de resistência a antibióticos
em bactérias de solo de 30 mil anos atrás. Outros estudos descobriram
sinais de resistência em seres encontrados no fundo do oceano e bem
abaixo da superfície da Terra. Em ambos os casos, assim como na Caverna
Lechuguilla, é improvável que microrganismos locais tenham sido
contaminados por antibióticos modernos.
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Wright e seus colegas descobriram que
das 93 cepas bacterianas testadas, a maioria era resistente a mais de um
dos 26 diferentes antibióticos. Algumas bactérias eram resistentes a
mais de doze fármacos utilizados pelos médicos, como telitromicina,
ampicilina e daptomicina, que atualmente é um tratamento de último
recurso no combate às infecções resistentes. É improvável que as
bactérias da caverna causassem danos a seres humanos, mas poderiam
fornecer as características genéticas que conferem resistência.
A descoberta dificilmente exonera
seres humanos da criação de condições que exercem forte pressão seletiva
sobre bactérias para se tornarem tolerantes e resistentes a
antibióticos. No entanto, significa que bactérias patogênicas
resistentes a
poderiam implantar caracteres genéticos já em circulação no ambiente e
colocá-los em uso contra o nosso arsenal farmacêutico. “A maioria dos
médicos acredita que as bactérias adquirem resistência a antibióticos na
clínica”, explica Wright. “A verdadeira de grande parte dessa resistência são bactérias inofensivas que habitam o ambiente”, reagindo a antibactericidas naturais.
“Isto cria importantes implicações
clínicas”, continua Wright, “pois sugere que existem muito mais
antibióticos no ambiente que poderiam ser encontrados e utilizados para
tratar infecções agora consideradas intratáveis.”
Além de padrões familiares de
resistência, os pesquisadores descobriram também um novo mecanismo,
sugerindo que podem existir mais surpresas referentes à resistência a
medicamentos na . “Esse fato salienta ainda mais a importância do uso criterioso de antibióticos”, concluíram os pesquisadores em seu estudo.
FONTE: http://mpjbiologo.blogspot.com.br/2012/04/evolucao-de-bacterias.html
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sexta-feira, 7 de setembro de 2012
Resistência a antibióticos pode ser inata!!!
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